domingo, 24 de janeiro de 2010

Meu primo, minha perdição...











Meu primo, minha perdição...
Eu me chamo Aline e vou contar como vim parar aqui na casa de prostituição mais famosa de Belo Horizonte. Era jovem ainda, 18 anos, mas parecia mais velha. Ainda virgem, tentava sobreviver a uma turma pra lá de endiabrada. O lema era não ser virgem, isso era quadrado, por isso escondia de todos minha falta de experiencia, fingindo um arrojo que só existia na teoria mesmo.
Minha família era tradicional, as mulheres casavam virgens e os homens, machões, a esses era permitido toda a experiencia do mundo.
Sempre fui bonita, os meninos que conviviam comigo não disfarçavam os olhares quando eu passava, principalmente quando usava meus famosos vestidinhos de algodão. Minha mãe fazia questão de me vestir como uma mulher e quase nunca me permitia usar calça comprida. Eu realmente nasci no tempo e lugar errado, não me acostumava ao choque entre o mundo moderno e as regras arcaicas de minha família.
Meus primos, Mário de 18 anos, Lucas de 19 e Jonas de 21, eram o exemplo puro de educação errada, criados para serem machos, não respeitavam uma saia. Para se auto afirmar viviam me importunando pelos cantos, sempre com gracinhas e afagos, que eu julgava serem inofensivos.
-Meninos, deixem a prima de vocês em paz. Vão amolar outra pessoa.
Era sempre assim, minha tia intervia e saiam desapontados.
Até que um dia minha mãe adoeceu e para que eu não soubesse me mandou passar as férias na casa de meus tios, só depois vim a saber que era câncer e me afastavam por que ela não queria que eu presenciasse o sofrimento que a doença causava, ela tinha muito pouco tempo de vida.
-Então finalmente vamos poder passar mais tempo juntos. Jonas me olhou de cima em baixo. Confesso que nutria uma certa admiração por ele, por ser mais velho sempre o admirei, ele tinha um certo ar protetor que me fascinava.
-Pois é...Eu estava ficando constrangida com seus olhares. Mas ele parecia entender a situação pois não me tratou mais como uma presa. Parecia que finalmente me respeitava.
Um dia minha mãe piorou e meus tios foram até minha casa para verificar a situação. Se fosse da vontade de minha mãe, voltariam para me buscar, pois parecia que a hora estava se aproximando e eu teria que me despedir. Morávamos em Búzios há muitos anos, éramos de Belo Horizonte, mas já nos sentíamos verdadeiros cariocas, eu havia chegado ao Rio com dois meses de idade. Meus tios haviam chegado dois anos depois para tentar a vida, animados com o crescimento do negócio de meus pais.
Não sabia da doença e tampouco da gravidade, por isso me divertia na praia sempre que o tempo permitia. A casa de minha tia era bem próximo ao mar, o que me possibilitava estar sempre na água.
-Coitada da priminha...Não vai poder nadar hoje. Era Mário que ria da minha tristeza, pois o tempo estava chuvoso e parecia que não ia melhorar.
-Não podemos deixar nossa priminha triste assim...
-Deixem de gracinhas garotos. Vamos todos jogar video game ok?
-Ora, ora...Video game é coisa de criança. Poderíamos nos divertir bem mais conversando. Lucas piscou para o irmão e mais novo e ele sorriu malicioso.
-Nada disso. Vamos tomar algo gelado. O calor era insuportável e Jonas se dirigiu até a cozinha para buscar algo que refrescasse.
-Hum...Sinto que finalmente vamos nos divertir.
-Vocês são muito palhaços. Não podem falar uma frase sem fazer gracinhas? Eu estava irritada com os dois quando Jonas entrou com um balde de sorvete e algumas vazilhas.
-Vamos. Parem de discutir e vamos atacar de sorvete. De que sabor quer o seu Aline?
-Chocolate.
-O meu limão...
-Limão também...Lucas e Mário pularam na minha frente.
-Ok, ok...Tem para todos.
-Ora, por que não fazemos o jogo do sorvete? É mais legal assim...Mário deu a idéia.
-Claro...Quem acertar mais ganha.
-Que jogo é esse? Eu estava curiosa, não devia ser boa coisa.
-Vendamos os olhos e tentamos descobrir o sabor.
-E se errar?
-Bom, aí é problema seu. Eu não pretendo errar.
-Mas o que acontece?
-Se errar o sabor tira uma peça de roupa...


Mmey

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