Ela estava apaixonada pelo policial. Carlos era seu nome. Forte, destemido, honesto, corpo sarado, enfim, um garanhão. O que era mais legal nessa história é que ele estava a fim dela. Por diversas vezes lançava seu olhar 43 quando a moça passava em frente à Delegacia. Ele estava no serviço burocrático há dois meses. Castigo por ter disparado sua arma numa avenida movimentada quando partiu à caça de um bandido. O Delegado já o havia advertido:
_Você é muito intempestivo. Não se preocupa com a população. Quando corre atrás de um marginal perde a estribeira! Não pode sair atirando sem medir consequências.
-Ora chefinho. "Marginal", o senhor já disse tudo. Como quer que eu tenha bom senso?
Bom, bendito castigo. Não fosse isso a moça não teria sido notada.
E agora? Como sair dessa enrascada? Há dias vinha imaginando os dois a quatro paredes. Era o que mais queria, transar com ele. E justo hoje, que ele lhe convidou para sair, ela ficou menstruada.
-Mas é complicado...A moça replicou.
-O que é complicado? Eu quero sair com você, você também quer...
-Se for apenas um jantar, eu topo.
-Por que essa frescura? Eu sei que me deseja tanto quanto eu a quero.
-Eu estou naqueles dias...
-Quer dizer menstruada?
-Sim. Foi acontecer justo hoje.
-Eu não me importo. Até tenho algumas fantasias...O moço deu um enorme sorriso. Nunca comi uma garota menstruada.
-Mas eu me importo. Costuma ser dolorido, cólicas e taus...Melhor não.
-Eu prometo ser carinhoso...
-Não pode esperar uns dias?
-Posso. Claro, me desculpe. Eu não penso em só te comer. É que você tocou no assunto e me empolguei.
-Vamos sair e nos conhecer por enquanto...
-Tudo bem. Mas não prometo não tentar...
-Combinado.
-Te pego as 8:00h então?
-As 8:00...
Puxou a garota e deu-lhe um beijo de tirar o fôlego. Ora, ora...Tinha certeza de que acabariam na cama. Era fetiche antigo que trazia na mente, o de transar com uma mulher nesses dias. Não perderia por nada a oportunidade. Mas teria que ir com calma ou a assustaria. Teria que encomendar umas rosas e reservar lugar num restaurante legal. Mulheres adoravam romantismo. Depois seria fácil seduzi-la.
Os homens só pensam em sexo e com essa idéia fixa acabam por serem insensíveis as vezes. Era bem capaz dela transar com ele mesmo menstruada, pois não resistiria às suas investidas. Ela estava fixada no rapaz, era encantador e o desejava como louca. Mas fazer sexo menstruada é um pavor para a maioria das mulheres, o adomem fica dolorido, a penetração perde muito da libido, é desgastante para um primeiro encontro. Quando um casal já se relaciona há um bom tempo isso se torna irrelevante, fica a critério do gosto de cada um. Mas num primeiro momento, onde o casal procura se descobrir, é inadimissível.
-Olá. Mariana está? Uma senhora de cabelos grisalhos abriu a porta.
-Não. Saiu faz pouco tempo.
-Tem certeza? Marcamos aqui...
-Ela deixou um bilhete. Você é Carlos?
-Sim. Obrigada. Carlos estava decepcionado. Porra! Se não ia rolar, por que não me disse? Essa mulher é muito fresca para o meu gosto. Saiu aborrecido e decidido a não procurá-la mais.
Quando abriu o bilhete sorriu com a frase:
"Nem tente não me ver mais...Agora que te dei esse fora, provavelmente vai ficar fissurado em mim. Vai dormir comigo na cabeça, acordar pensando em mim e não vai sossegar enquanto não me comer. Daqui três dias estarei de volta, é o tempo que dura as minhas regras. Com certeza eu não me divertiria, estou com muita cólica. Eu acho você um tesão. Quero experimentá-lo inteiro, do dedo do pé até o pescoço...Portanto, me ligue ok?
Um beijo molhado."
Os homens são iguais na essência: Se levam um fora ficam obsecados pela mulher que deu, se você usar uma expressão chula como "comer" eles ficam com um tesão danado e, por último, se descrever o que deseja fazer com eles, provavelmente sonharão com o dia que fizer. Claro, naquela noite ele a trocaria por uma puta ou acabaria num banheiro numa fenomenal punheta, não importa, os fins justificam os meios.
E ela ia ficar três dias com um tesão danado! Mas há mal que vem para o bem, quem sabe isso não diminuiria a cólica que estava sentindo?!
(o conto continua na Comunidade "Contos da Madamme Mmey)
Mmey
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